Já tem algum tempo que a minha
relação com Deus não tem andado às mil maravilhas, e a coisa tem piorado
conforme 2014 passa, destilando crueldade sem dó. Há alguns anos, passei por
uma situação tão tempestuosa que fragilizou tanto a minha crença n'O Cara lá de
cima, que o ateísmo se tornou uma opção bem sedutora, porque se Deus
basicamente é bondade e justiça pura, um Deus troll como aquele de 2008 só podia ser um
impostor, ou então inexistente. Apesar disso, nem fazendo força eu consegui
deixar de crer Nele, porque diante de toda a mágoa e revolta que meu coração
abrigava naqueles tempos sombrios, essa frustração era expelida da minha mente
por meio de pensamentos reclamões e mal criados direcionados justamente para o
ser cuja existência eu queria negar.
Foi assim, então, que eu percebi que
a crença e a fé em uma força maior não é uma simples questão de escolha, e que
imaginar a inexistência Dele é uma mentira bem capenga que eu contaria a mim
mesma. Entretanto, apesar de eu ter descoberto que nem fazendo força eu
conseguiria ser ateia, isso não quer dizer que o meu relacionamento com
Deus-Todo-Poderoso seja livre de crises. Tipo agora. Uma DR tem sido bem
necessária aqui, porque esse modelo ‘fala que eu te escuto mas não te respondo’
tá zoado.
Cresci com o pensamento de que se eu
quisesse uma coisa e me esforçasse, era só ter paciência e ser uma boa pessoa
que o resto ficaria a cargo Dele. Fazer a minha parte, ter fé e andar na linha.
Infelizmente, nada disso tem dado muito certo, e chega um momento da nossa vida
em que seria legal ver pelo menos UMA realização que seja dando certo. Em meio
ao marasmo dessa dita cuja vida adulta em que me encontro, só tenho recebido para
tomar um chá mensagens subliminares ironizando a minha 'revolta' perdidas no
meio de milhões de piadas sem graças que Deus, o Universo e tudo o mais tem
enviado à minha porta. Eu juro, tá dando pra escrever uma sitcom ou roteiros
pra comediantes de stand up com tudo isso, sério!
O pior é que eu já disse uma vez que
se nada desse certo, eu me tornaria uma comediante de stand up. Será que seria
essa mais uma mensagem subliminar do Universo, batendo insistentemente na mesma
tecla até eu ligar o desconfiômetro e perceber que nasci para fazer os outros
rirem da desgraça alheia? A coisa anda tão bagunçada que poucas coisas tem me
parecido uma má ideia, viu?
Eu entendo bem o seu post, porque vivo em uma decepção religiosa há anos.
ResponderExcluirTudo começou com a preguiça, depois eu deixei e acreditei que qualquer outro desastre ou decepção fosse mais um motivo para que eu me afastasse da religião. Estou dando uma explicação no tempo verbal errado porque isso ainda faz parte do meu presente. Já me considerei católica não praticante e já fui simpatizante da doutrina espírita - Dois termos (não-praticante e simpatizante) que me afastam totalmente de qualquer contado com alguma instituição religiosa. Entretanto, aqui estou agora, sem qualquer coragem de dizer que sou alguma dessas coisas.
Hoje eu digo que sou atoa. Não sigo nada, apenas tenho minhas conversas com Ele. Mas mesmo quando vou bater um papo, me sinto hipócrita por só recorrer a Ele em momentos de precisão. Então, acabo tentando não ficar pedindo demais.
Minha ideia da vida religiosa é a seguinte agora:
- O que deu errado: "O que fiz de errado?"; "O que não fiz?"; "Droga, é a vida"
- O que deu certo: "Graças a Deus"
Sim, parece apático e patético, mas é a verdade... Não sou religiosa e muito menos uma crédula fervorosa. Não sei se acredito em Deus porque fui ensinada a acreditar Nele, se por convenção, ou se por vontade de acreditar em um bem maior. Independente do motivo, agradeço a Ele pelas coisas boas que me acontecem e tento me virar como posso com as coisas que não acontecem.